quinta-feira, 23 de setembro de 2010

São Felix do Piauí - imagens e história

São Félix do Piauí

Histórico

Os registro históricos sobre a formação do povoamento de São Felix dão conta de que tudo começou por volta de 1901 quando teve início uma feira livre às margens do olho-d'água Buriti da Munda. Em 1903 a feira foi transferida para o lugar denominado Varginha, próximo ao olho d´água de São Felix. São Félix: Traços de sossego e romantismo A feira de Varginha ganhou fama até que em 1916 o fazendeiro Waldimir Soares de Mesquita transferiu a feira para sua propriedade. Na mesma época o senhor Manoel de Sousa Moreira tentava a mudar o nome do povoado para São Felix e construiu uma capela em homenagem ao santo, protetor do lugar.

O povoado foi crescendo e cada vez mais o senhor Manoel conseguia adeptos para sua idéia de mudar o nome do lugar. O fazendeiro Waldimir participou da campanha doando terras ao padroeiro do povoado São Felix de Valois, onde foram construídas lojas comerciais e casas. O rio Sambito e os riachos Santo Antônio, Mocambo, Salobro e Castelo eram o sustentáculo do povoamento. Por anos a fio o povoado ficou estagnado. O mercado público, por exemplo, foi a primeira obra do lugar e só veio em 1935. Fora construída pelo então prefeito de Valença na época, Eustáquio Portela Nunes. Já a emancipação só aconteceu em 1954.














Gentílico: são-felicense

Formação Administrativa

Elevado à categoria de município e distrito com a denominação de São Félix do Piauí, pela lei estadual nº 1041, de 16-07-1954, desmembrado do município de Valença do Piauí. Sede no atual distrito de São Félix do Piauí (ex-povoado de São Félix). Constituído do distrito sede. Instalado em 29-08-1954.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.


Fonte: Biblioteca IBGE

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Santuário de Santa Cruz dos Milagres

SANTA CRUZ DOS MILAGRES também chamada pelo povo de “Olho d’Água dos Milagres, hoje é uma pequena cidade da grande região Valenciana. Esta situada a 180 quilômetros de Teresina e a 100 quilômetros de Valença do Piauí, a cujo termo pertenceu inicialmente com o nome de Fazenda Jatobá. Fez parte depois do município de Aroazes, a 56 quilômetros, até 1 de janeiro de 1993, quando com a posse do seu primeiro prefeito eleito, adquiriu sua plena emancipação política.

A cidade esta situada à margem esquerda do Rio São Nicolau, de águas permanentes em região seca, de terreno acidentado, com pequena percentagem de terras para a agricultura, e o restante muito adaptado para a criação de gado e miunças. Contar como começou este movimento religioso aqui em Santa Cruz dos Milagres é perder-se nos idos do século passado, procurando nas “histórias” do povo um sinal indicativo do que aconteceu no principio.





É portanto “lendária” a sua origem, o que não quer dizer que não tenha um fundo histórico, porque a “lenda” realmente é a maneira como o povo simples faz memória e celebrar os acontecimentos que marcam sua vida. É uma história sem registro, sem datas, inculta e analfabeta, e sem autoridade em que apoiar-se. É contada de maneira simbólica e fantástica, podendo adquirir tonalidades cambiantes e versões diversas, mas sempre apontando para um núcleo irredutível, com sentido de vida e de morte, de tempo e de eternidade, para o individuo e para a coletividade.

É assim lendária a origem deste santuário, com a devoção especifica a “Madrinha Santa Cruz”. Só temos a certeza de que nos fim do século passado já ocupava lugar importante no coração do povo, marcando o seu calendário, quando se acertavam todos os compromissos para “antes” ou “depois” da festa da Santa Cruz. Toda sua mensagem foi fixada sob a forma de uma história que se conta, simplificação ingênua, mas tão a gosto do nosso povo.







Em data imprecisa do século passado havia nesta região, então município de Valença do Piauí, uma fazenda, no lugar chamado “Jatobá”. Um dia ali chegou um “profeta”, um destes “beatos” que naquele tempo andavam de lugar em lugar, falando de penitência e outras devoções particulares, impressionando a mente do povo simples de então. Levou o vaqueiro da fazenda ao alto de um morro próximo, e ali, entregando a ele um cavador de madeira, mandou que abrisse um buraco na pedra bruta, que cobre quase todo o monte. Ele mesmo foi ao mato próximo trazendo logo depois uma cruz de madeira. O vaqueiro não havia cavado nada, naturalmente. O velho, beato, abaixou-se, traçou com o dedo um circulo na pedra, e com a mão toda, sacou um extrato da mesma, ficando aberto o buraco um tanto profundo e circular, como se pode ver ainda hoje ao lado da Igreja. Ali fincou a cruz e disse ao vaqueiro que, por aquele sinal, um dia aconteceriam maravilhas. Em seguida desceu o morro e já próximo ao rio São Nicolau, mostrou-lhe uma nascente de Água (Olho D’água) que o vaqueiro não conhecia, apesar de tantos anos campeando naquela região. Também falou que, por aquelas águas, até milagres ali haveria de acontecer.


















Contam que o velho depois seguiu viagem, ou que teria simplesmente desaparecido.

O vaqueiro voltou aos seus trabalhos, esquecendo o incidente. Tempos depois adoece uma filinha sua. Piorando cada vez mais, apesar das “meizinhas”, rezas e promessas. Lembrou-se o vaqueiro da cruz que ficara lá no morro. Levou a criança até lá, rezou com ela e depois, no olho d’água, deu-lhe um banho e a fez beber daquelas águaAs límpidas. Voltou para casa com a filinha...completamente curada.

Da admiração e gratidão que o fato provocou, e de muitos outros "acontecidos", surgiu uma devoção que já se espalha por quase todo o País, acrescida cada dia por mais histórias, mais lendas e mais casos, cada dia representando uma esperança a mais para este povo tão sofrido.

Aqui não pretendemos provar nada, nem mesmo referir-nos ao que de positivo já se escreveu sobre tudo isto. Apenas lembrar que nada, senão um sinal da providência pode explicar a irresistível atração que leva milhares e milhares de pessoas a Santa Cruz todos os anos, apenas para rezar junto a uma cruz de madeira.

Fonte